Nome da Fic: O androide à nossa imagem e semelhança.
Nº de Capítulos: 3-4.
Capítulo 1 – GênesisA luz de vários pontinhos de **** e hidrogênio, que os humanos gostam de chamar de estrelas, é tão... Fascinante.
Quase me esqueci do relatório. Quanto tempo perdi admirando massas de hidrogênio e ****? Ah, o tempo é relativo. Talvez possa esperar mais um pouco... Talvez.
- O que faz tão tarde por esses corredores, Data? – Geordi, como de costume, estava com algumas maquinas nas mãos. – Deveria dormir... Descansar um pouco, bom, é isso que os humanos fazem. Ou isso que eu deveria fazer agora.
- Sinto-me informar Sr. LaForge... – Antes que pudesse terminar a frase, ele balbuciou algo como “Geordi, Data, Geordi”. Então continuei a frase – Às vezes tento. Porém lembro dos relatórios. Do leme. Dos contos que o capitão Picard indica.
- Foi uma brincadeira, Data. Sabemos que você não dorme.
Ele retorce os lábios como quem acabará de lembrar que estava falando com um androide. Não qualquer androide, mas Data. O ser mais curioso de toda a Enterprise, senão da Federação.
- Brincadeira... Piada? Sinônimo de: graça, chalaça, laracha!
Forço os lábios para abrir a boca, emitindo um som de gargalhada. Isso que os humanos fazem quando ouvem uma piada.
Geordi respira profundamente.
Entendo sua expressão. Paro. Pisco os olhos algumas vezes e lhe dou as costas partindo para meu quarto. Caminho lentamente até chegar próximo ao meu leme especial. Gosto de apreciar as obras de arte. Principalmente de Mondrian.
Movo meus dedos em uma velocidade mais rápida do que de costume. Neste leme, posso agir feito um androide. Dados... Números... Cálculos... Antropologia cultural... Fascinante.
Paro meus dedos bruscamente. “Algo não está certo” repito a mim mesmo algumas vezes.
Fecho meus olhos.
Sinto todo o circuito de meu cérebro positrônico ferver.
- É a primeira vez que...
Arqueio as sobrancelhas, abrindo meus olhos como quem acabará de ver algo perturbador.
- Estrelas... São lindas...
Uma pequena e tímida lágrima escorre de meus olhos amarelados.
- Lal, agora sei o que quis dizer “Sentir por nós dois” ... Pois agora...
Me levanto caminhando em direção a um quadro onde estava Lal sorrindo. Levo minhas mãos em direção ao meio de meu peito gelado. Gentilmente afago os dedos sob o tecido do uniforme. Sob lataria. Sob um coração intangível.
- Sinto sua falta... Sinto amor... Saudade... Me perdoe, filha.